2010-06-05

O Golpista do Ano

Muito se falou sobre O Golpista do Ano (I love you Phillip Morris), o longa que traz Jim Carrey, Ewan McGregor e Rodrigo Santoro como homossexuais. Quem espera um filme polêmico vai encontrar uma cena mais ousada para os convencionais padrões americanos. Nada que O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee, já não tenha feito.

Amor entre pessoas do mesmo sexo já deixou de ser novidade na telona, e talvez a diferença aqui seja o humor como fio condutor da história, baseada na vida de Steve Russell, um pilantra no melhor estilo de Prenda-me se for Capaz, aquela comédia simpática de Spielberg, com Leonardo di Caprio e Tom Hanks.

Eu, particularmente, não gosto de Jim Carrey, embora ele tenha feito dois dos meus filmes preferidos – O Show de Truman e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Acho que ele bem dirigido consegue se sair bem, mas em comédias Carrey costuma ser caricato demais.

Em Phillip Morris não é diferente. Ele interpreta Russel, policial bem casado que após um acidente resolve assumir sua homossexualidade. Para viver no mundo gay, Russell vira um picareta, capaz de qualquer ato ilegal para conseguir dinheiro fácil. E é aí que Carrey perde o rumo, abusando das caretas e tornando o personagem uma caricatura de si mesmo.

Para sorte de Carrey – e do público – em uma das prisões de Russell ele conhece o Phillip Morris do título, brilhantemente interpretado por Ewan McGregor. Graças ao ator, o filme ganha novos ares e se torma muito mais agradável. Russell e Morris se apaixonam e essa relação vira uma história de amor e falcatruas com situações dramáticas, mas também divertidas.

E Rodrigo Santoro? Ele está lá, em quatro cenas, como o primeiro namorado de Russell, antes deste ir para a cadeia. Santoro aparece como terceiro nome no crédito, e seu personagem acaba perdido no meio do filme, ressurgindo já no final para sabermos que fim ele levou.

O Golpista do Ano (I love you Phillip Morris) é um mistura bem humorada de Filadélfia e O Segredo de Brokeback Mountain. Dá para ver e se divertir, especialmente porque McGregor teve a delicadeza de compor seu personagem sem esteriótipos, o que torna o filme melhor do que de fato é.

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